Logo após a eleição retomou-se o debate sobre o projeto de
lei conhecido como “escola sem partido”, que propõe coibir a doutrinação
político-partidária em sala de aula. Os críticos afirmam que o projeto vai
acabar com a liberdade de ensino nas escolas e universidades.
O Brasil tem umas coisas curiosas, como, por exemplo, preocupar-se
com coisas inúteis. Sejamos sinceros: essa tal liberdade de ensinar não tem
servido para coisa alguma. Do contrário, como explicar as notas vergonhosas da
estudantada tupiniquim nos testes de avaliação? No último exame do PISA, o
Brasil figurou entre os últimos colocados, atrás até de Trinidade e Tobago.
Esse fracasso não é por falta de recursos financeiros, tendo em vista que o
orçamento da educação só aumentou nos últimos anos e é até maior do que a média
gasta por países desenvolvidos (o Brasil gasta 6% do PIB, enquanto os países da
OCDE, 5,5%). O Brasil investe mais em educação do que Argentina, Colômbia,
Chile e México, países hermanos que ostentam resultados mais dignos nesse exame.
Então, que diabos têm feito os professores em sala de aula com a sua liberdade
de ensinar?
Os professores estão tão preocupados com a sua liberdade que
esqueceram que essa liberdade deve estar a serviço de um único fim, que é
ensinar. O modelo atual de ensino tem servido para formar jovens
revolucionários que vestem camisas com a imagem de Che Guevara, mas que não
sabem somar dois mais dois e são incapazes de ler e interpretar uma simples manchete
de jornal. Aparentemente, os jovens só aprendem a fazer sexo, usar drogas e escrever
textões em redes sociais, com um português sofrível, diga-se de passagem.
O objetivo do projeto escola sem partido não é acabar com a
liberdade de ensino, mas sim coibir o mau uso dessa liberdade. O que se busca é
impedir que o professor abuse dessa liberdade e aproveite a audiência cativa
dos seus alunos para doutriná-los com ideais político-partidários que nenhuma
relação tem com o ensino. O projeto de lei preconiza que a educação nacional
atenderá aos princípios da neutralidade política, ideológica e religiosa do
estado, pluralismo de ideais, liberdade de consciência e de crença, entre
outros. Ainda, proíbe o professor de favorecer ou prejudicar alunos em razão
das suas convicções políticas, ideológicas, morais e religiosas, fazer
propaganda político-partidária e impõe que, ao tratar de questões políticas, socioculturais
e econômicas, apresente aos estudantes, de forma justa, as principais versões,
teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. Quem pode ser contra a
tais princípios e diretrizes? Só um ditador fascista.
Como se vê, o projeto não obriga o professor a enaltecer o nazismo nem
proíbe que fale do socialismo, como se tem afirmado tendenciosamente. O que o
projeto pretende é que o professor de história, ao tratar dos regimes totalitários
do século XX, por exemplo, seja honesto com os seus alunos e não se limite a condenar
os malfeitos de Hitler e Mussolini, representantes do nazismo e do fascismo,
mas também conte em sala de aula sobre o genocídio de milhões de pessoas comandado
por Stalin, Mao Tse Tung e Pol Pot, entre outros líderes de ditaduras
socialistas. Se o professor quer falar das pessoas torturadas e desaparecidas
durante os governos militares no Brasil, na Argentina e no Chile, ótimo! Mas
tenha a dignidade de reservar um tempo da sua aula para lembrar das vítimas assassinadas
sumariamente nos regimes comunistas de Cuba, Venezuela e Bolívia.
O que se tem hoje nas escolas é unicamente a pregação de
viés esquerdista. Há muito as escolas deixaram de ser centros de ensino para se
transformar em braços de partidos e centros de difusão e doutrinação de ideais vermelhos.
Não há pluralismo político nem debate genuíno sobre coisa nenhuma. Os críticos
da escola sem partido receiam justamente o fim do monopólio da sua pregação comunista.
Com certeza muitos professores hoje terão dificuldades para expor as diversas
vertentes ideológicas que permeiam o debate político, simplesmente porque foram
formados em universidades contaminadas pelo discurso monolítico de esquerda. Assim,
enquanto aprendem o verdadeiro sentido do pluralismo, poderiam ocupar suas
aulas ensinando português e álgebra. Se conseguirem formar alunos que saibam
somar e escrever os seus nomes sem tremer, já estaria de bom tamanho.
Esses professores precisam melhorar muito seus argumentos, porque se encontram alguém que os oponham, saem aos berros.
ResponderExcluirMe parece que você comete o equívoco de colocar todos os professores como esquerdistas pelo fracasso da educação brasileira. Não menciona o baixou salário dos professores e a jornada dupla que fazem. Será mesmo que a maioria dos professoes são doutrinadores? Deveria ter analisado um livro didático antes de falar de pluralidade e ideologia. Professor ainda seguem a metodologia de educação do tempo da ditadura. Uma herança maldita que nos leva as últimas colocações da educação. Sejamos francos, a educação precisa mudar. Políticas do "escola sem partido" não fazem sentido nenhum para alunos que não sabe ler nem escrever. O "furo" é mais embaixo.
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